Primeiramente, roubar de uma empresa grande é tão ruim quanto roubar de uma empresa pequena. Muitos dos nossos membros são operações minúsculas e a perda de receita por causa da pirataria os afeta de forma pesada. Com apenas algumas exceções, a grande maioria dos nossos membros têm menos de 20 funcionários, e boa parte deles são operações de 2 ou 3 pessoas. O impacto do roubo de softwares nessas empresas é imenso.
Isso é a mesma coisa que dizer que um álbum de música não custa nada para fazer – Só um CD, capa e uma capa. O fato é que custa dinheiro para fazer softwares, porquê as companhias precisam pagar salários aos desenvolvedores. Há também um investimento enorme para ter um estabelecimento para desenvolver o software. Qualquer pessoa que insiste em não entender que há custos acima e além do código de licença está apenas tentando justificar seu comportamento criminoso.
Roubo é roubo. “Não roubarás” não vem com uma cláusula de escape. Roubar software é roubo. Só porquê software pode ser copiado e uma lata de coca não pode não significa que é moralmente permitido roubar software. Software é protegido por lei, assim como a lata de coca. Se chegar ao fundo da questão, a lei não vê diferença entre os dois.
Nós não vamos ficar nos desculpando pelas companhias com erros nas versões. Entretanto, não é irracional entender que um programa com dezenas de milhões de linhas de códigos pode conter alguns bugs. Até carros saem da linha de produção com erros que são consertados em recalls. O fato de um software possuir um bug, ou vários bugs, não justifica o roubo dele, assim como não podemos roubar um carro só porquê ele está em recall. Muitas pessoas usam crack por um tempo, e alguns deles acabam comprando o programa no final, mas a maioria nunca toma a decisão de compra. Sejamos francos – um músico usando uma cópia pirateada de software, especialmente para fazer música [propriedade intelectual], por qualquer período de tempo, é um sinal de falência moral.
Vamos estender essa linha de pensamento à base de usuários potencial inteira. O software que você está roubando é financeiramente apoiado exclusivamente por usuários que pagam por ele. Essas pessoas sentem, com razão, que devem pagar pelo software que usam. Por quê não dar sua contribuição também, ao invés de pular a catraca? Se todos pensassem desta forma, a indústria dos softwares musicais iria sucumbir e desaparecer.
É injusto julgar um roubo como sendo correto, baseando-se em “normas da sociedade”. Houve um momento na história quando todo mundo achava OK dirigir embriagado, mas isso tornava essa atitude correta? Ike é famoso por dizer que ele batia em sua mulher “nem mais e nem menos do que o homem comum”. Isso torna a violência correta? Há 200 anos atrás, a escravidão era OK também, não era? Roubo de software é uma doença social que traz muitos danos – o fato de todos não terem educação suficiente e não terem a noção social das consequências negativas não torna isso correto.
Cada fabricante tem o direito de definir seus preços.
Justificar o roubo de software por quê o fabricante “cobra muito caro” é outro sinal de
falência moral. Então seria aceitável roubar uma Ferrari ou uma Mercedes Benz porque,
na sua opinião, o fabricante “cobra muito caro”? O fato é que há uma vasta seleção de
carros à venda. Se você não pode pagar uma Mercedes, então compre um Ford.
Similarmente, há uma vasta seleção de ferramentas de softwares variando dentro de um
espectro de preços bem extenso. Se você não pode pagar os “programas caros”, compre
algo que você possa pagar. Se você não pode pagar nada do que quer, então você
deveria encarar a realidade e viver sem aquilo, não se tornar um ladrão.
Um sequencer substitui um estúdio que custaria dezenas de milhares de dólares. Ele traz
a tecnologia musical a uma faixa de preço que a vasta maioria das pessoas criativas
conseguem ter acesso. Hoje, o músico profissional médio consegue acessar essa
tecnologia a preços nunca vistos antes – algo que músicos de 10-15 anos atrás só
poderiam sonhar em ter.
A vasta gama de instrumentos virtuais custa 5-15% do que os hardwares equivalentes
custavam há poucos anos atrás. Como alguém pode dizer que um software é caro? Na
verdade é barato se fizermos uma análise comparativa. Um FM7 sai hoje por 10% do valor
que um DX7 custava em sua época.
Material traduzido por Eduardo Sterman – 2600Hz Criações Musicais | Sweetspot
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